
No próximo dia 25 de outubro é celebrado o Dia da Saúde Bucal, uma data que tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância de manter a boca saudável, não apenas por uma questão estética, mas principalmente por se tratar de um aspecto fundamental da saúde geral. Mais do que dentes bonitos, uma boa saúde bucal previne doenças, preserva a qualidade de vida e ainda pode evitar problemas mais sérios, como infecções e até complicações cardíacas, que têm relação com bactérias presentes na cavidade oral.
Segundo o levantamento mais recente do Ministério da Saúde, divulgado pelo SB Brasil 2020/2023, cerca de 41% das crianças brasileiras com 5 anos de idade apresentam cáries não tratadas. Em alguns estados, mais da metade das crianças nunca sequer foi ao dentista. Esse dado preocupante revela que a saúde bucal ainda é negligenciada por grande parte da população, especialmente em regiões de menor acesso a serviços públicos de odontologia.
Além disso, outro problema crescente que tem chamado atenção dos especialistas é o bruxismo, distúrbio que se caracteriza pelo ato involuntário de ranger ou apertar os dentes. Estima-se que ele afete até 40% da população brasileira, segundo a Associação Brasileira de Odontologia (ABO). O bruxismo pode causar dores de cabeça, fadiga muscular, desgaste dentário e até problemas na articulação da mandíbula. Em muitos casos, o paciente nem percebe que sofre com o problema, o que reforça a necessidade de avaliações odontológicas regulares.
Para a cirurgiã-dentista Bianca Salvino, é essencial que as pessoas compreendam que a saúde bucal vai muito além da escovação. “Muita gente ainda acredita que só precisa ir ao dentista quando sente dor, mas isso é um erro. O ideal é fazer consultas periódicas para prevenir doenças que, muitas vezes, se desenvolvem de forma silenciosa. Cárie, gengivite, periodontite, disfunções da ATM e o próprio bruxismo podem evoluir bastante antes de causarem dor intensa”, explica.
Ela também destaca que o bruxismo, cada vez mais comum, está fortemente associado ao estresse, à má qualidade do sono e a problemas emocionais, o que exige uma abordagem multidisciplinar. “Muitas vezes, é necessário o uso de placas miorrelaxantes, terapias complementares e até acompanhamento psicológico. O mais importante é que o paciente não ignore os sinais: dor de cabeça ao acordar, estalos na mandíbula, sensibilidade nos dentes, entre outros”, alerta.
Neste Dia da Saúde Bucal, a mensagem principal dos profissionais da área é clara: prevenir ainda é o melhor caminho. Escovar os dentes corretamente com creme dental fluoretado, usar o fio dental diariamente, controlar o consumo de açúcar e evitar hábitos como roer unhas ou usar os dentes como ferramentas são atitudes simples que fazem grande diferença. E, acima de tudo, manter o acompanhamento com um cirurgião-dentista é fundamental para evitar complicações maiores.
A data também é uma excelente oportunidade para que clínicas e unidades de saúde promovam ações educativas, atendimentos gratuitos e orientações para a comunidade, especialmente em regiões onde o acesso aos serviços de saúde bucal é mais limitado.
Como reforça a dentista Bianca Salvino: “Um sorriso saudável não é apenas bonito, ele é sinônimo de qualidade de vida, bem-estar e autoestima. E cuidar da saúde bucal é um gesto de amor consigo mesmo. Quem cuida da boca, cuida do corpo inteiro.”