Saúde Municipal está fazendo busca ativa de adolescentes que não tomaram a vacina

Com apoio das Escolas Estaduais, adolescentes até 19 anos serão orientados a tomar a dose única

Rodrigo 11/04/2024 - 15:17

Seguindo a nova estratégia do Ministério da Saúde para vacinação contra o HPV que passa a ser de uma única dose, a Secretaria de Saúde de Descalvado já coloca em prática a ação de busca ativa de adolescentes entre 9 e 19 anos que ainda não tomaram a vacina. A nova estratégia substitui o antigo modelo de imunização.

A coordenação do Centro de Saúde está fazendo contato com as escolas Estaduais de Ensino Médio José Ferreira da Silva (Ginásio Escola) e Prof. Luciano Ivo Tognetti (Parque Morada do Sol) para verificar as cadernetas de vacina e analisar quem ainda não tomou nenhuma dose até os 14 anos e quem está na idade de receber a imunização.

Nas escolas municipais, os profissionais de Saúde já vinham fazendo essa busca ativa aos adolescentes até 14 anos e regularizando as cadernetas desde o ano passado. Com a nova estratégia do Governo a imunização está sendo estendida para a população jovem feminina e masculina.

Os profissionais da Saúde estarão orientando os jovens e as vacinas estão sendo aplicadas apenas no Centro de Saúde, na Sala de Vacinas. Informações e agendamentos podem ser feitos pelo telefone Whatsapp +55 11 93486.5402.

De acordo com dados cadastrais no Sistema de Saúde, Descalvado tem 2.190 adolescentes do sexo feminino e 2.220 do sexo masculino na idade entre 9 e 19 anos. No momento não tem como saber quem recebeu uma ou duas ou nenhuma dose da vacina contra o HPV.

De acordo com informações do Ministério da Saúde, a dose única tem por principal objetivo aumentar a adesão à vacinação e ampliar a cobertura vacinal, visando eliminar o câncer de colo do útero como problema de saúde pública.

A recomendação da dose única foi embasada em estudos com evidências robustas sobre a eficácia do esquema frente às versões com duas ou três etapas. Além disso, o esquema segue as recomendações mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

 

Infeção por HPV

A infecção pelo papilomavírus humano (HPV) é a mais frequente infecção sexualmente transmissível (IST) na mulher e no homem. A estimativa de exposição na população varia de 70% nos Estados Unidos a 95% em alguns países da África. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de oito em cada dez homens e mulheres serão infectados com um ou mais tipos de HPV sexualmente transmissíveis em algum momento das suas vidas. As taxas mais altas de infecção por HPV ocorrem em homens e mulheres sexualmente ativos até os 25 anos.

A importância da infecção pelo HPV como problema de saúde pública em todo o mundo se dá pela sua elevada frequência e associação com vários tipos de neoplasias como câncer de colo de útero, pênis, vulva, canal anal e boca e em orofaringe. Também está associada ao desenvolvimento de verrugas anogenitais e papilomatose respiratória recorrente (PRR), patologias classificadas como benignas, do ponto de vista oncogênico, mas que causam grave comprometimento clínico e psicológico nos indivíduos afetados.

É bem conhecida a relação entre o vírus HPV e o câncer do colo do útero, sendo uma das causas mais comuns de morte para as mulheres, ocupando a quarta posição dentre os cânceres que mais afetam o sexo feminino em todo o mundo.

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2020, as estatísticas globais aumentaram para mais de 340 mil óbitos anuais e é provável que continuem a crescer, especialmente em comunidades carentes e mais vulneráveis. Sem novas medidas, o número de novos casos deve aumentar de 570 mil para 700 mil até 2030. E as mortes deverão subir para mais de 400 mil a cada ano. 

HPV no Brasil - é a quarta neoplasia maligna mais comum entre as mulheres, sendo superado apenas pelo câncer de pele não melanoma, mama e colorretal, e a quarta causa de morte por câncer em mulheres. Estima-se cerca de 16.050 novos casos e uma média de 6.500 mortes/ano. Um estudo realizado em 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal (Estudo Epidemiológico sobre a Prevalência Nacional da Infecção HPV/POP Brasil), que incluiu homens e mulheres entre 16 e 25 anos de idade, identificou taxas de prevalência de 52,3% a 63,5% de qualquer tipo de HPV, e taxas de HPV de alto risco de 39,8% a 53,1%.

 

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