Estação de esgoto sobre um lençol freático é investigada em Descalvado

Estação de esgoto sobre um lençol freático é investigada em Descalvado

Webmaster 16/05/2013 - 07:28
População teme que estação de tratamento contamine a água e o solo.
Cetesb informou que concedeu licença prévia, mas desconhecia situação.


A cidade de Descalvado (SP) coleta 100% do esgoto produzido nas casas, mas todo esse material é despejado sem nenhum tratamento. Para tentar resolver o problema, o município recebeu recursos do programa Água Limpa, do governo do estado, para construir uma estação de tratamento. A obra, que já chegou a um custo R$ 5 milhões e dura mais de cinco anos, está em fase final. Contudo, o Ministério Público investiga o caso, pois a estação foi construída sobre um lençol freático. A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) informou que desconhece a situação.

A obra é feita pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee). A área de mais de 240 mil metros quadrados deverá abrigar quatro tanques que receberão o esgoto coletado na cidade. Mas o que seria a solução de um problema ambiental pode ser a causa de outra agressão à natureza. O motivo está no grande volume de água que aparece nos piscinões.

“A gente faz tudo pelo meio ambiente, refloresta, protege, agora vem do lado da propriedade da gente fazer esse serviço de tratamento de esgoto. É muito bom, mas não pode contaminar a nossa mina de jeito nenhum”, disse o empresário Vicente Gilberto Giacon.

A estação deve ser entregue em julho. Os moradores temem a contaminação do solo e da água. Preocupado, o empresário Fernando Maciel fez uma denuncia ao Ministério Público, que abriu inquérito para investigar o caso. “A gente não é contra o tratamento de esgoto, é preciso ter. Mas jogar tudo isso em cima de uma mina pura é um desperdício muito grande”.

Licença
A Cetesb informou que concedeu uma licença prévia para as obras e que desconhecia a existência de um lençol freático no local. Os técnicos da companhia esperam a realização de testes que serão feitos pelo Daee para saber se há risco de infiltrações nos tanques. Com isso, a Cetesb avaliará se a estação de tratamento tem condições de receber uma licença definitiva.

O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Laércio Simões, disse que a Prefeitura não foi responsável pela escolha do terreno destinado à estação. “Todo estudo e determinação de terreno e obra foi feito pelo Daee. A Prefeitura colocou várias áreas à disposição. Os engenheiros determinaram especificamente o local e o projeto é todo do Daee”, explicou.

Procurado pelo Jornal da EPTV, o Daee informou que a escolha do local foi de responsabilidade da Prefeitura.

G1

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