Estado decide manter as bases da Polícia Rodoviária

Estado decide manter as bases da Polícia Rodoviária

Webmaster 06/05/2013 - 07:52
Uma decisão do secretário de Estado da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, vetou a intenção do Comando da Polícia Militar de desativar metade das bases operacionais da Polícia Militar Rodoviária (PMR) espalhadas nas rodovias paulistas. O fechamento das unidades tinha sido anunciado pelo chefe de gabinete da PM do Estado, coronel José Luiz Sanches Valentin, por meio de um ofício enviado no mês passado à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).

O plano fazia parte de uma reestruturação da corporação iniciada este ano que visava, entre outras medidas, ao fechamento de 62 bases, de um total de 129. As unidades fixas seriam substituídas por bases comunitárias móveis e patrulhas volantes. A medida gerou insatisfação de policiais, usuários das vias e políticos em diversos municípios do Estado. Na região de Campinas, a medida ameaçava cinco dessas unidades.

O secretário não explicou o motivo de ter barrado a ação, só informou que houve um estudo que avaliou a possibilidade dessa retirada, mas que por motivos técnicos ela não irá mais acontecer. Grella também afirmou que na semana que vem irá anunciar uma série de contratações para as policiais Civil, Militar e Científica.

O plano
A intenção do comando da PM era desativar 21 bases operacionais em área do Departamento de Estradas e Rodagem (DER) e 41 em áreas concessionadas. Os prédios onde funcionam as centrais seriam devolvidos para o governo e empresas concessionárias. O objetivo era usar o efetivo lotado nas bases nas vias para tornar o policiamento rodoviário mais ostensivo e com maior mobilidade e assim, reduzir o “tempo de resposta” aos usuários das rodovias. O fechamento das bases liberaria 380 policiais rodoviários para o policiamento móvel. O coronel já tinha afirmado que estava em negociação para a compra de veículos que funcionariam como bases móveis. Ao todo há unidades fixas espalhadas em 45 estradas estaduais — no Estado são 193 rodovias.

O deputado estadual Hamilton Pereira (PT), contrário à medida, tinha solicitado informações detalhadas, por meio de um requerimento, ao Comando da Polícia Militar e também à Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-SP), sobre o caso. Mas, não tinha sido atendido. A intenção era saber quais unidades que seriam desativadas

Para especialistas da área consultados pela reportagem, a medida foi polêmica e deveria ter sido feita com consulta a população. “O usuário tem definido nessas bases uma referência para apoio de uma eventual necessidade. Ele sabe onde precisa se deslocar para encontrar essa ajuda. É uma sensação de segurança, tirá-las, implica em uma perda”, afirmou o professor de engenharia civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e especialista em rodovias Creso de Franco Peixoto.

O especialista explicou que segurança de um local se estabelece pela sensação de estar protegido e não por estar realmente protegido. “É fato da segurança pública. Saber que em tal lugar existe um resguardo. É como contratar um vigilante noturno na rua de casa. Ele não garante que sua casa não será invadida, mas a pessoa sabendo que ele está lá, dorme melhor”, afirmou.

Comemoração
A notícia do recuo do Estado foi comemorada, principalmente pelos policiais que trabalham nessas bases. “Fico feliz que tenha mudado de idéia. A Polícia Rodoviária iria perder bastante o sentido. Nós que orientamos e ajudamos as pessoas. Uma base móvel não iria dar o apoio necessário, sem dizer que seria muito desconfortável para o policial que faz turno de 12 horas”, afirmou um policial que pediu para não ter o nome revelado.

Fonte: IG

Logo do Facebook Deixe seu comentário