Chances de reversão do quadro de saúde de manicure são pequenas.
Casa de Saúde de São Carlos nega que ela esteja com morte cerebral.
Apenas 1% do cérebro da manicure que teve parada cardíaca seguida de complicações durante uma lipoaspiração, em Descalvado (SP), no último dia 7, funciona. A afirmação é do diretor superintendente da Casa de Saúde de São Carlos (SP), Fernando de Lucca. Nayara Cristina Patracão continua internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em estado grave e as chances de reversão do quadro de saúde, segundo o médico, são pequenas.
“Existe uma pequena artéria no sistema posterior e basilar que está mandando sangue para o cérebro”, afirma o médico. Segundo de Lucca, o estado de saúde de Nayara é complicado. “O quadro dela é muito grave, ela está estável, porque chegou ao hospital em um coma muito profundo, respirando por aparelhos e a chance de reverter esse quadro é pequena, mas existe”, diz.
No sábado, Nayara passou por novos exames para diagnosticar se ela teve ou não morte cerebral. “Seguindo o protocolo clínico de avaliação para saber se a pessoa apresenta morte cerebral, os testes foram positivos para a Nayara, entretanto, indicamos um exame vascular para ver se o cérebro estava sendo irrigado, devido ao tamanho do edema, e existe uma pequena artéria no sistema posterior e basilar que está mandando sangue para o cérebro”, constata o médico.
Segundo ele, Nayara não está com morte cerebral. “Clinicamente ela está em morte cerebral, mas o exame não nos permite dizer que está. Então, pela lei, e pelo CRM, a Nayara não está em morte cerebral.” O diretor da Casa de Saúde disse ainda que se ela não melhorar, os mesmos exames serão repetidos.
O caso
A jovem realizou uma cirurgia em Descalvado para a retirada de gordura na região das costas, mas sofreu complicações durante o procedimento. Segundo o cirurgião plástico Vicente de Paula Ciarrochi Júnior, responsável pela lipoaspiração, ela teve um mal súbito.
Transferida para São Carlos, a manicure chegou a ser diagnosticada com morte cerebral, segundo a mãe, Lucimara Francischini. Mas, uma junta médica contratada pela família descartou essa possibilidade na última quarta-feira (16).
Dois dias depois, o diretor superintendente da Casa de Saúde, Fernando de Lucca, afirmou em entrevista coletiva que em momento algum foi constatado por nenhum médico do hospital que a manicure teve morte cerebral.
O cirurgião Ciarrochi Júnior avalia que houve precipitação por parte da equipe médica ao informar à mãe que a jovem de 24 anos teve morte cerebral. Segundo ele, pode ter havido uma interpretação equivocada da família.
G1.Com