Docentes da Universidade Camilo Castelo Branco (Unicastelo), em Descalvado (SP), reclamam que ainda não receberam os valores referentes à rescisão do contrato de trabalho, assinada no fim de junho. A instituição fechou o curso de Fisioterapia e demitiu 10 docentes de uma só vez.
A professora universitária Patrícia Gallo era a coordenadora do curso de Fisioterapia da Unicastelo. Ela conta que além dela, seis professores do mesmo curso e três de Educação Física foram demitidos e estão sem receber.
“Foi passado pra gente a questão de fazer um acordo, já que eles não poderiam pagar a rescisão integralmente, então dividiram em algumas parcelas, no meu caso em 12 vezes, que deveria ter sido depositado a partir do dia 15 de julho”, reclamou Patrícia.
A situação tem deixado muitos docentes insatisfeitos e sem saber o que realmente se passa com a instituição. “Eles não alegam nada. Eles só disseram que a se a gente não aceitar essa condição de diluição de 12 vezes, vamos ficar sem nada porque o que eles têm pra oferecer neste momento é isso,” afirmou uma professora que não quis se identificar.
“A impressão que de fato a gente tem é que passa por uma crise porque a gente não tem resposta do que está acontecendo em relação ao não pagamento do salário e do que foi acordado”, completou o colega que também preferiu não dizer seu nome.
Dos 11 cursos oferecidos pela universidade, três deixaram de realizar processo seletivo no meio do ano: Educação Física, Psicologia e Enfermagem. Os alunos do último ano conseguiram se formar no semestre passado. Mas três estudantes, que ficaram com disciplinas pendentes, foram remanejados. No total, 1.350 alunos estudam na instituição
O coordenador geral do campus, Paulo Roberto Marcatto, diz que o curso de Fisioterapia foi fechado por causa da baixa procura. “Nos últimos processos seletivos alguns cursos não apresentaram demanda suficiente para que houvesse viabilidade econômica para a oferta. E a universidade, por uma questão estratégica, vem oferecendo cursos que exista demanda para poder manter a qualidade”, explicou Marcatto.
A alegação para o não pagamento aos docentes é justamente a falta de pagamento de mensalidades por parte dos estudantes. “A inadimplência acumulado nos últimos meses dificultou alguns compromissos que foram retomados nesta semana, como os pagamentos”, justificou o coordenador.
Entretanto, ele afirmou que vai começar a fazer os pagamentos dos professores ainda neste mês. “Essas propostas foram feitas diretamente a esses demitidos e uma vez retomados os pagamentos serão rigorosamente cumpridas”, garantiu Marcatto.
MEC
O Ministério da Educação (MEC) informou, por meio da assessoria de imprensa, que analisa o caso e verifica se será aberto processo administrativo para a aplicação da penalidade. Já o Ministério Trabalho informou que ainda não recebeu denúncia.
G1 São Carlos