Preocupados com a onda de assaltos violentos, moradores de Santa Rita do Passa Quatro levaram o problema até a Câmara de Vereadores na noite de segunda-feira (17).
Dados da Secretaria de Segurança Pública mostram que este ano foram 363 roubos e furtos na cidade. O número é menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, que foi de 406, mas o que preocupa é que os crimes estão mais violentos, problema que os moradores mostraram para os vereadores.
Cerca de 70 pessoas foram até a sessão para reclamar da situação. A Polícia Militar e o delegado também participaram. Na noite desta terça-feira (18), uma nova sessão na Câmara foi realizada com a participação do prefeito.
Crimes
Uma comerciante, que preferiu não se identificar, disse que a loja dela já foi furtada duas vezes em cinco dias.
Uma câmera de segurança registrou parte de um dos crimes. A imagem mostrou quando os ladrões mexeram no equipamento para que a entrada da loja não fosse gravada. Apesar disso, o equipamento flagrou um homem tentando subir pelo telhado, mas desistindo em seguida.
No mesmo instante, um carro parou na rua e instantes depois passou em frente à loja com os faróis apagados. Os ladrões arrombaram a fechadura e levaram roupas e brinquedos. Minutos depois do alarme disparar o mesmo carro passou no local novamente.
Com medo, a comerciante resolveu investir mais em segurança e já comprou novas câmeras. “Estou pagando um cara para vir fazer o fechamento comigo”, disse.
Uma mulher, que também preferiu não se identificar, teve a casa invadida por bandidos. Durante três horas, ela, o marido e os filhos foram mantidos reféns. “No total, eram oito assaltantes. Eles estavam todos encapuzados, todos com armas muito grandes”, explicou.
Motivos
Para o Conselho Municipal de Segurança (Conseg), a sensação é de medo na cidade. “A cidade, de 24 mil habitantes, está dividida em 3 grupos: 8 mil que já foram assaltados, 8 mil que sabe de alguém quem já foi assaltado e 8 mil que serão assaltados”, disse a representante do Conseg Cristina Hernandes.
Cristina também cobra mais ação e acredita que os motivos são conhecidos. “A questão da droga, aumento do consumo, e também a questão das leis que a polícia prende e a Justiça solta. Nós estamos reféns e presos nas nossas casas. A indústria da segurança é a que mais cresce em Santa Rita hoje”, destacou.
A Polícia Militar de São Carlos, que coordena a área de Santa Rita, informou que alguns suspeitos dos crimes já foram detidos e que vai realizar uma série de operações para evitar novas ocorrências.