Bancos terão de ressarcir quem sacar nota rosa

Bancos terão de ressarcir quem sacar nota rosa

Webmaster 10/06/2011 - 08:00
A polêmica envolvendo as notas manchadas com tinta rosa – mecanismo antifurto utilizado pelas intuições bancárias – ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira. O Banco Central (BC) anunciou pela manhã que todos os bancos devem ressarcir, na hora, o correntista que sacar nos caixas notas danificadas pelo dispositivo. Em caso de operações nos terminais 24 horas, a pessoa deve procurar qualquer agência de seu banco.

Antes, a situação era bem diferente. Quem pegava as notas tingidas nos equipamentos bancários tinha que registrar boletim de ocorrência e ainda esperar uma análise das cédulas para ter o dinheiro de volta. O BC alerta que não é obrigatório tirar o extrato e apresentar junto com a nota.

Já quem recebeu a nota danificada com a tinta sem perceber em outras circunstâncias, como no comércio, deve procurar qualquer agência e entregar a cédula. O banco anotará os dados da pessoa e enviará a cédula para análise. Se ficar comprovado que a mancha não foi provocada por mecanismo antifurto, o correntista será ressarcido pelo banco.

Para o Procon de São Paulo, a alteração foi importante. Segundo a fundação, o Banco Central reconsiderou algumas questão relacionadas ao dinheiro, “ainda que parcialmente”.

O Procon informou ainda que vai insistir na necessidade de que os cidadãos de “boa-fé” não podem ser prejudicados, tendo de arcar sozinhos com os problemas decorrentes de práticas do sistema bancário.

Na semana passada a fundação havia enviado ofício ao BC para que ele reavaliasse a questão das cédulas manchadas.

A mudança animou quem não tinha qualquer esperança de rever a quantia marcada pela tinta, como a aposentada Madalena Rosa de Jesus, de 83 anos. Moradora da Vila Brasilândia, na zona norte da capital, a família dela teve uma surpresa ao tentar pagar contas de luz e água em uma casa lotérica, no dia 1º. A funcionária disse que as notas eram inválidas. Segundo a família, a quantia de R$ 500 tinha sido sacada de um caixa 24 horas da região e era da aposentadoria de Madalena.

Ao saber que perderia o dinheiro do mês, a aposentada chegou a ficar de cama, disse a filha dela, Clemência, de 53 anos. “Ela não tinha mais ânimo, ficou arrasada porque fomos ao banco e as notas ficaram lá. Me deram só a xerox”, contou. Ontem, Clemência conversou com a reportagem e disse que a mãe está alegre e que o banco já entrou em contato para devolver a quantia. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) enviou nota dizendo que lamenta o incômodo causado aos clientes e que a tinta das notas visa impedir os criminosos de utilizar o produto do roubo e, com isso, desestimular o crime. A Febraban estuda novas medidas de segurança.


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