Conselho prepara cadastramento da comunidade negra

Conselho prepara cadastramento da comunidade negra

Webmaster 17/05/2011 - 14:12
O Conselho Municipal da Comunidade Negra está preparando o cadastramento dos membros da comunidade, com vistas a conhecer as demandas dos afro-descendentes que moram em Descalvado. O anúncio foi feito por Gismar Manoel Mendes, membro do Conselho Deliberativo da entidade, por ocasião da Marcha que percorreu as ruas da cidade, em comemoração ao 13 de Maio – dia da Abolição da Escravatura.

Segundo Gismar Mendes, nos próximos dias haverá uma reunião com os membros do Conselho, para dar forma ao projeto. Serão colhidos dados pessoais dos negros, como forma de ação afirmativa, objetivando eliminar a desigualdade e o preconceito racial. A proposta segue os mesmos moldes do cadastramento das pessoas com deficiências físicas, feito pelo Comude.

Marcha – No último sábado (14), um grupo de representantes da comunidade negra participou de uma caminhada pelas ruas da cidade, como uma forma de chamar a atenção para as demandas dos afro-descendentes. O grupo partiu da Praça de São Benedito, em direção ao Jardim Velho, pela Avenida Arthur Whitaker. Ao final, os participantes apreciaram a apresentação do Grupo Conexsamba.

O presidente do Conselho da Comunidade Negra Geraldo de Campos falou da luta dos negros para ver a entidade regularizada, após 15 anos da lei que criou o Conselho ser sancionada. “Quero dizer que o negro descalvadense também e de luta, e aproveito para agradecer ao prefeito Panone por ter criado o Conselho”, afirmou Geraldo de Campos.

O chefe do Executivo descalvadense discorreu sobre a importância dos negros em todas as áreas do conhecimento humano. “Havia uma negligência por parte do poder público no reconhecimento dessa comunidade importante”, disse Panone. Citando Nelson Mandela – líder da luta contra o apartheid na África do Sul -, o prefeito falou que “ninguém nasce odiando outra pessoa, por sua origem ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinada a amar”.

O prefeito encerrou suas considerações informando que no dia 2 de maio esteve na cidade de São Carlos para assinar o termo de compromisso para a implantação do ensino da cultura afro-brasileira nas escolas públicas municipais. O acordo foi firmado entre o Ministério Público Federal, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e mais onze municípios da região. A lei 10.639 prevê que nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. O conteúdo programático incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.


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