Por Rodrigo Oliveira
Nossa equipe de jornalismo recebeu a informação de que a Cooperativa havia ajuizado uma ação de Reintegração de Posse da Fábrica de Ração, que ora esta sob operação da Rigor Alimentos. Conseguimos apurar que a ação realmente existe e que a princípio o Juiz do Trabalho concedeu liminar favorável a Cooperativa, na reintegração de posse, porém os advogados da Rigor Alimentos conseguiram que o mesmo Juiz revisse seu despacho, que era favorável a Cooperativa. A situação atual é que ambas as empresas estão aguardando a decisão final.
Entramos em contato com ambas as partes sendo que na Rigor Alimentos entrevistamos o Sr. Leandro Munchen, diretor de unidades da Rigor Alimentos, responsável pela unidade de Descalvado e com o Sr. Rodrigo Fregonezi Biagio, presidente da Cooperativa Agrícola Mista do Vale do Mogi Guaçu. Ambos nos enviaram uma nota explicativa que demonstra a real situação, diante do ponto de vista de cada um.
Abaixo vamos transcrever, na integra, as notas que nos foram enviadas. Deixamos claro que o DescalvadoAgora está tão somente tornando público a situação, não tomando partido algum.
Nota da Rigor Alimentos
Em 2010, a Rigor Alimentos adquiriu, em leilão judicial, o complexo industrial da antiga Coperfrango (Fábrica de Rações e Abatedouro de aves).
A partir de então, a Rigor Alimentos não tem poupado esforços em investir na retomada da produção, e com isso incrementar a geração de divisas, emprego e renda - ações de grande importância para o desenvolvimento econômico do país, e especialmente da região e de Descalvado.
Desde o início de suas atividades, na cidade de Descalvado, a Rigor Alimentos já criou 800 empregos diretos e mais de 3.000 empregos indiretos.
Como nossos parceiros, são 200 produtores integrados em Descalvado e região, abrigando um plantel de 6 milhões de aves.
A parceria com a cidade de Descalvado tem incrementado o faturamento da empresa, que hoje atinge os R$ 200 milhões de reais anuais, dentro dos mercados interno e externo.
Mensalmente, a Rigor Alimentos paga, só de salários aos seus funcionários, R$ 700 mil isso sem contar os encargos trabalhistas. Esse montante é aplicado na economia local, movimentando os setores do comércio, de serviços e lazer.
A empresa honra religiosamente seus compromissos assumidos junto ao LEILÃO PÚBLICO promovido pela Justiça do Trabalho, saldando em dia as parcelas determinadas, garantindo assim o dinheiro para o pagamento das indenizações trabalhistas contraídas pela Coperfrango.
Chegar até esse patamar não foi uma tarefa das mais fáceis.
Antes de investir consideravelmente em Descalvado, Rigor Alimentos teve que enfrentar obstáculos.
A empresa solucionou o problema dos passivos ambientais deixados pela Coperfrango. Para tanto, foi necessário o investimento inicial de R$ 1, 2 milhões de reais.
Com muito empenho, a Rigor Alimentos recuperou o S.I.F certificado que permite legalmente a operação da empresa junto ao Governo Federal.
Pois todas essas conquistas, tão importantes para nós e para as famílias descalvadenses, estão em risco.
Desde o início de suas atividades, a Rigor Alimentos vem sofrendo duras e infundadas contestações, na Justiça, por parte dos senhores Rodrigo Fregonesi Biagi, Eduardo Fregonezi ex-diretores da Coperfrango - e demais cooperados.
Na última quinta-feira, faltou muito pouco para que a Rigor Alimentos paralisasse a produção, por obra e graça dos senhores Rodrigo Fregonesi Biagi e Eduardo Fregonezi. Dessa vez, o objeto do litígio foi a Fábrica de Rações. A Coperfrango via seu diretor, tentou tomar da Rigor Alimentos o bem arrematado em leilão público regular, o que faria com que os ex-funcionários da Coperfrango NÃO recebessem as indenizações pendentes.
Diante dessas artimanhas impostas a nós da Rigor Alimentos LTDA., não vemos mais alternativa a não ser a de repensar a permanência de nossas atividades em Descalvado.
A Rigor Alimentos, para garantir a continuidade do processo industrial e a excelência de seus produtos, precisa necessariamente de todo o complexo industrial que por ora ocupa. A Fábrica de Rações é essencial para a continuidade das nossas atividades. Sem essa unidade, não faz sentido dar prosseguimento à nossa produção. Pois sem alimentação para o frango no campo não temos a necessidade de manutenção de uma estrutura de abate na cidade.
Seria lamentável ter que cerrar as portas e interromper uma trajetória tão vitoriosa. Porém, não é possível vislumbrar alternativa a não ser a de considerar interromper a produção.
Sabemos que isso significa acabar com 3.800 empregos diretos e indiretos.
Também temos consciência do impacto financeiro que sofrerão os nossos 200 integrados.
Que Descalvado perderá muito com a arrecadação de impostos e sofrerá um forte impacto social, como aconteceu por ocasião do fechamento da Coperfrango.
Entretanto, a situação chegou a um ponto insustentável. É necessário ponderar, do ponto de vista administrativo, se é ou não viável continuar com as nossas atividades em Descalvado.
A julgar pelas ações dos senhores Rodrigo Fregonezi Biagio e Eduardo Fregonezi, a presença da Rigor Alimentos em Descalvado se faz desnecessária.
A Rigor Alimentos acredita no potencial de Descalvado.
A Rigor Alimentos confia na capacidade de trabalho de seus agregados.
A Rigor Alimentos quer continuar gerando emprego e renda para os descalvadenses.
Mas, para que isso aconteça, é preciso tranqüilidade para trabalhar e produzir.
Atenciosamente.
Rigor Alimentos LTDA.
Nota da Cooperativa, Rodrigo Fregonezi Biagio e Eduaro Biagio
A Cooperativa, ao postular a reintegração na posse e de um bem que lhe pertence, atuou dentro da mais legítima legalidade, para remover uma empresa que esta atuando irregularmente em um bem de seu domínio, e em nome de outra, cuja existência jurídica teve seu fim com o falecimento de seu sócio majoritário, a J.F. Administração e Participações Ltda.
Repita-se, arrematação de bens foi feita pela J.F. e não pela Rigor Alimentos Ltda. Essa nunca arrematou bem algum neste município.
A Cooperativa não quer impedir o funcionamento de qualquer empresa nesse município. Nem mesmo a Rigor. Apenas quer que, qualquer empresa que opere em suas instalações, o faça dentro dos ditames legais e com observação das decisões judiciais.
Somente tem atuado em defesa dos interesses da sociedade.
E, isso ocorreu recentemente, quando postulou a reintegração de posse da fábrica de ração e silos de armazenamento de grãos, porque esses bens foram excluídos da arrematação feita pela empresa J.F. Administração e Participações Ltda., em recurso interposto perante o Egrégio Tribunal do Trabalho da 15ª Região.
Tudo isso pode ser comprovado junto à Vara do Trabalho de Porto Ferreira e desmascarar essa história fantasiosa articulada pela Rigor.
Rodrigo Fregonezi Biagio e Eduardo Biagio