Ao chegar a época das festas natalinas, as cidades costumam ser enfeitadas por seus artistas com zelo e capricho. Em Descalvado não poderia ser diferente. Mas, seguindo os princípios do ecologicamente correto e da responsabilidade social, sem abrir mão do bom gosto e da originalidade, um grupo de 46 artesãs locais inovou na confecção dos enfeites de Natal usando como matéria-prima garrafas do tipo “pet”. E o resultado começa a ser visto no coreto da Praça da Matriz.
Foi um trabalho de fôlego, envolvendo o Fundo Social de Solidariedade, presidido pela secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, primeira-dama Jose Panone, e o Centro Comunitário “Alberto Sundfeld” (Plimec), tendo à frente a coordenadora Conceição Aparecida de Campos (Conchita), sob a orientação de Patrícia Lara Pivesso da Silva. Além das 46 artesãs, oito crianças matriculadas na creche “Sonho Infantil” – que também recebeu enfeites do mesmo material - participaram do projeto.
O primeiro grande desafio foi de juntar um volume significativo de garrafas pet multicoloridas para dar início à empreitada. Com a ajuda dos comerciantes e da Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais), além da divulgação na imprensa local, em pouco mais de dois meses o grupo conseguiu juntar 5.000 unidades do produto.
O outro desafio foi ensinar para as artesãs as técnicas para a confecção dos enfeites. A orientadora Patrícia Pivesso aprendeu no Sul do país a trabalhar com recicláveis, mas no corte, e não na finalização. “Sem a ajuda da Conchita seria impossível terminar o projeto”, afirmou.
Apenas no coreto da Matriz, são mais de 3.500 garrafas que se transformaram em guirlandas, arranjos florais e árvores que remetem ao nascimento de Cristo. Também estão previstas a construção do trono do Papai Noel e de caixas de presentes, além de muitas luzes e manta acrílica, imitando neve.
A coordenadora Conchita garantiu que o trabalho poderia ter sido muito mais abrangente, mas faltou tempo às artistas. Outro lado importante da confecção dos enfeites foi o de provar que não é necessário buscar artesãs de outras cidades para que o trabalho fique bonito. “Todas as nossas artesãs são muito competentes. Não é necessário buscar mão-de-obra de fora”, afirmou orgulhosa.
Para o próximo ano, se tudo der certo, a ideia é enfeitar as principais ruas, vias de acesso, praças e coretos. Sempre usando material reciclável. Do lixo ao luxo, com criatividade. De quebra, a natureza agradece.
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