A jovem Letícia da Silva Gomes, uma aluna exemplar de 16 anos de idade está sem frequentar a escola por uma total negligência do Estado, pois Letícia é surda, e por isso requer que seja colocado em sala de aula uma intérprete, que domine libras, que é a Língua Brasileira de Sinais.Letícia deveria estar frequentando as aulas do primeiro ano do ensino médio, na Escola Estadual José Ferreira da Silva, porém como o Estado não disponibilizou uma intérprete de libras em sala de aula, ela não está conseguindo ir à escola. A mãe de Letícia, Marli Rodrigues da Silva Gomes disse a nossa reportagem que sua filha é bastante dedicada e estudiosa, e ela teme que como Letícia está sendo obrigada a faltar as aulas, ela perca o ano letivo.
Procuramos professores antigos de Letícia, para sabermos como era o desempenho dela em sala de aula nos anos anteriores, em que ela frequenta escolas municipais, e todos os educadores ouvidos pelo Descalvado disseram que ela é uma aluna exemplar e muito estudiosa.
Enquanto Letícia frequentava escolas municipais, ela possuía essa intérprete em sala de aula, com conhecimento em libras, o que permitia que ela acompanhasse todo o conteúdo passado.
Mãe recorre à justiçaA mãe de Letícia recorreu à justiça para que o Estado disponibilize uma intérprete com conhecimentos em libras, para acompanhar a filha em sala de aula, já que por lei a escola, seja ela municipal, estadual ou particular, tem a obrigação de acolher todos os alunos, e dar todos os mecanismos necessários para que esse aluno acompanhe as aulas, e no caso de Letícia, a escola é obrigada a colocar em sala de aula uma intérprete que possua os devidos conhecimentos na língua de sinais.
Entramos em contato também com o Dr. Fernando Oliveira, do escritório de advocacia Panone e Associados, que é o advogado que está cuidando legalmente do caso e ele nos disse que já ajuizou ação competente pedindo que a justiça obrigue o Estado a colocar esse profissional junto com Letícia, para que ela acompanhe as aulas, e segundo Fernando, em poucos dias o judiciário deve se manifestar favorável a isso, de forma liminar.
O triste fato é que enquanto essa situação não chega a um término, Letícia é obrigada a estudar em casa, sem o acompanhamento de educadores.