OAB realizará palestra com advogada que ajuizou diversas ações em busca do uso da Fosfoeta

OAB realizará palestra com advogada que ajuizou diversas ações em busca do uso da Fosfoetanolamina

Webmaster 24/02/2016 - 09:55
Na noite desta quarta-feira, 24, a OAB de Descalvado realizará uma palestra com a advogada Dra. Alexandra Carmelino Zatorre, que ajuizou centenas de ações contra a USP e contra o Estado em busca de conseguir para sues clientes, o uso do composto químico que está em desenvolvimento pela USP, a fosfoetanolamina. A palestra está agendada para as 19h30 na Casa do Advogado.

Durante a palestra a advogada irá aos presentes às formas jurídicas que ela utilizou para conseguir o uso do composto químico por seus clientes, para o combate e tratamento do câncer.

Fosfoetanolamina
A fosfoetanolamina é um composto químico orgânico presente naturalmente no organismo de diversos mamíferos. Ela ajuda a formar uma classe especial de lipídeos, os esfingolipídeos, moléculas que participam da composição estrutural das membranas das células e das mitocôndrias. Do ponto de vista bioquímico, trata-se de uma amina primária envolvida na biossíntese de lipídeos. Além dessa função estrutural de formar a membrana celular, ela possui ainda uma função sinalizadora, ou seja, a fosfoetanolamina informa o organismo de algumas situações que as células estão passando.

No Brasil, uma versão artificial da fosfoetanolamina começou a ser sintetizada pelo químico Gilberto Chierice, então professor do Instituto de Química de São Carlos [IQSC] no final da década de 1980. Após alegações de que essa fosfoetanolamina sintética teria propriedades de combater alguns tipos de tumores, pacientes acometidos pela doença e seus familiares têm obtido liminares na justiça para conseguir acesso às cápsulas produzidas pelo IQSC. No entanto, como a fosfoetanolamina não possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária [Anvisa], ela não possui bula e nem pode ser comercializada no Brasil.

Governo paulista anuncia laboratório que produzirá pílula de fosfoetanolamina

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou em 5 de fevereiro, por meio de nota, que o Laboratório PDT Pharma, de Cravinhos, será o responsável pela sintetização da substância fosfoetanolamina para testes no tratamento do câncer. A substância será analisada no tratamento da doença em até mil voluntários.

Depois de produzido, o medicamento será encapsulado pelo laboratório farmacêutico oficial do governo do estado de São Paulo [Furp] e, em seguida, será iniciada a fase de testes em pacientes. Segundo o governador, haverá investimento de cerca de R$ 5 milhões na pesquisa. O protocolo ainda precisa de aprovação final da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa [Conep], do Conselho Nacional de Saúde [CNS].

O protocolo de pesquisa clínica deve avaliar a segurança e a possível eficácia da substância no tratamento de pacientes com câncer em estágios avançados. O projeto de pesquisa para testar a fosfoetanolamina sintética será realizado pelo Instituto do Câncer [Icesp].

Na primeira fase, o estudo prevê que serão avaliados dez pacientes para determinar a segurança da dose utilizada na comunidade. Se a droga não apresentar efeitos colaterais graves, a pesquisa continua.

No estágio um, está prevista a inclusão de mais 21 pacientes para cada um dos dez grupos [tipos] de tumor: cabeça e pescoço, pulmão, mama, cólon e reto [intestino], colo uterino, próstata, melanoma, pâncreas, estômago e fígado. Se observados sinais de atividade da substância nessa fase, o estágio dois começará com mais 20 participantes em cada grupo.

Comprovada a atividade relevante da droga, haverá inclusão de novos pacientes até atingir o máximo de mil pessoas. Conforme o governo, a Universidade de São Paulo [USP] cedeu ao Estado o direito à pesquisa e produção da substância para utilização nos testes. A síntese do elemento químico é estudada há 20 anos pelo pesquisador aposentado Gilberto Chierice.

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