Pai abandona trabalho para ser herói cuidador do filho

Pai abandona trabalho para ser herói cuidador do filho

Webmaster 22/02/2016 - 09:24
Um pai herói. Assim é Paulo Daniel Moraes Santana, 27 anos. Hoje, desempregado, dedica-se 24 horas por dia ao pequeno Kauan de Jesus Margutti Santana, de apenas 6 anos.

Cadeirante, necessita de auxílio especial e o papai não mede esforços para atender às necessidades do filho.

Hoje Paulo Daniel é a sombra de Kauan. Até na escola onde é o cuidador do filho. Um cargo que assumiu porque o Estado não atendeu um pedido feito em dezembro de 2015, quando a criança foi matriculada no primeiro ano do ensino fundamental na Escola Estadual Andrelino Vieira, na Vila São José.

"Por dois anos o Kauan estudou na Emei Helena Dornfeld e neste período a Secretaria Municipal de Educação e Cultura forneceu um cuidador. Mas como quero que meu filho seja um cidadão culto e alfabetizado, após matricular ele, foi feito um pedido ao Estado. Só que até hoje não foi atendido. Fui na Diretoria de Ensino e eles não deram prazo para solucionar isso", lamentou Paulo Daniel.

"PAI DE FERRO"

Paulo Daniel é uma mistura de "pai herói" com "homem de ferro". Então um "pai de ferro". Não nega que se abalou quando percebeu que uma porta poderia ser fechada para seu filho de apenas seis anos.

Mas não abaixou a cabeça e tomou uma decisão: largou o serviço e hoje é auxiliado pelos pais. "Como o Estado não ajuda, eu tomei esta decisão: vou ser cuidador do meu filho. Quero educação para meu filho. Quero escola para ele. Sonho em ver meu filho conviver em sociedade. Ele é inteligente, sadio. Enquanto tiver forças luto por ele e quero que conquiste tudo o que tiver ao seu alcance. Quero ver o Kauan romper barreiras. Dou minha vida por ele. Esse menino é meu xodó", disse, emocionado.

PEQUENO GRANDE CORINTIANO

Ao lado do orgulhoso papai, Kauan é um corintiano "roxo". Fã de Elias, adora jogar bola e de esconde-esconde. Uma infância saudável.

Em sua humilde residência na rua República Dominicana, no Jardim Nova Estância, Kauan ao lado do pai e dos avós diz com vergonha. "Tenho cinco paqueras na escola. Sou namorador", garante. "Mas só no intervalo", se corrige rapidinho, entre um sorriso maroto. "Ah! Faço um pouco de bagunça", emendou. "Mas no intervalo também".

Simpático e muito risonho, durante a entrevista ao São Carlos Agora, o pequeno se encantou com a máquina fotográfica.

Atento e sem ninguém ensinar, pegou o equipamento, soube colocar os olhos em um pequeno visor e simulou tirar fotos. Mesmo com ela desligada. "O Kauan é meu anjo. Ele é tudo para mim. É uma criança normal que tem esta deficiência. Por isso luto por ele", disse o orgulhoso papai.

FAMÍLIA UNIDA

O lar humilde em que Kauan vive é repleto de amor. Do pai Paulo Daniel e dos avós paternos Rubens e Maria Isabel. Um lar corintiano, diga-se de passagem.

Paulo Daniel é separado da esposa, mas tem a guarda compartilhada do filho. Ele já trabalhou como açougueiro, preparador de máquinas e mais recentemente motorista particular. Quando soube que não teria o cuidador para seu filho pediu demissão no dia 17 de fevereiro. "Não estou arrependido. Fiz isso por amor ao meu filho".

Paulo Daniel conta que, quando Kauan veio ao mundo, houve um erro médico. "Insistiram em parto normal e faltou oxigenação no cérebro dele. O correto seria uma cesária", disse.

Entretanto, o papai não guarda mágoa. "Tenho uma criança feliz e simpática, que deixa meu dia cheio de alegria. Agradeço a Deus todos os dias por ter o Kauan. Agora luto apenas para que dêem a ele o direito de estudar e ser um cidadão de bem", finalizou.

Fonte: São Carlos Agora

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