Araras, SP, teve queda de 32%, a maior da região, segundo levantamento.
Greve, aumento do rigor nas perícias e MP contribuíram para a situação.O número de auxílios-doença concedidos pelo Instituto Nacional de Seguro Social [INSS] caíram nas maiores cidades da região, segundo levantamento feito entre janeiro e setembro deste ano. A greve, um maior rigor no momento da perícia médica e uma Medida Provisória [MP] que vigorou de dezembro de 2014 a julho deste ano contribuíram para a queda de pessoas que receberam o benefício.
Na região, Araras [SP] foi a cidade que teve a maior diminuição de benefícios, foram menos 32,25%, bem acima da média estadual de 19%. Em São Carlos [SP], a queda foi de 15,41%, em São João da Boa Vista [SP], 12,47%, em Rio Claro [SP], 10,18%, e Araraquara [SP] , 6,76%, a menor queda.
Uma das causas era a MP que durou até julho. “Após a revogação, para a pessoa dar entrada tem que ficar 15 dias afastada pela empresa e pode dar entrada no INSS após o 16º dia. Na MP, era exigido que a pessoa só podia dar entrada a partir do 31º dia”, explicou o advogado especialista em direito previdenciário Danilo Fonseca dos Santos.
Justiça
O servente de pedreiro Cláudio de Andrade vinha recebendo o benefício há seis anos, após descobrir três hérnias. Em abril desse ano o servente fez uma nova perícia e o INSS cortou o auxílio. Para reverter a situação Andrade entrou na justiça. “Eu espero alcançar meu objetivo, que saia alguma coisa para mim, porque não tenho dinheiro pra sobreviver”, falou.
Já o pedreiro Salvador Carneiro de Souza vinha se mantendo com o auxílio-doença desde um acidente de trabalho há quatro anos. Há um ano teve seu benefício cortado e agora vive com ajuda de amigos e parentes. “Eu vivo de ajuda dos meus primos, da família. Aqui mesmo na casa do meu irmão que eu moro já tem oito meses de aluguel atrasado, que eu não posso pagar. Eu fico me perguntando pra que a gente paga o INSS? Você paga a vida toda e quando precisa não tem condições”, desabafou.
G1
Deixe seu comentário
