Polícia Federal cumpre mandado da Lava Jato em empresa de São Carlos

Polícia Federal cumpre mandado da Lava Jato em empresa de São Carlos

Webmaster 13/08/2015 - 17:04
Policiais foram a uma agência de propaganda que prestou serviço ao Consist.
Ação integra a 18ª fase da operação, com foco em contratos do Planejamento.




A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão em uma agência de propaganda de São Carlos [SP] na manhã desta quinta-feira [13], como parte das ações desencadeadas com o início da 18ª fase da Operação Lava Jato.
Os policiais chegaram ao local por volta das 8h, apresentaram o mandado expedido pelo juiz Sérgio Moro e saíram uma hora depois com documentos referentes ao Grupo Consist, para o qual a Atmo Propaganda prestou serviços há cerca de cinco anos.

Segundo o mandado, o objetivo da ação era "coletar provas relativas à prática de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e pagamento de propinas pelas empresas do Grupo Consist - Consist Software, Consist Business e SWR Informática - a agentes públicos ou a partidos políticos".

O grupo investigado é suspeito de assinar contratos sem licitação com o Ministério do Planejamento e repassar o dinheiro para operadores da Lava Jato.

18ª fase
A 18ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quinta-feira [13], investiga o desvio de até R$ 52 milhões em contratos com o Ministério do Planejamento, afirmam o Ministério Público Federal e a Polícia Federal. Empresas do Grupo Consist Software, que assinaram, sem licitação, contratos com a pasta, repassaram o dinheiro para operadores da Lava Jato.

Ao todo, R$ 37 milhões foram arrecadados pelo operador Alexandre Oliveira Correa Romano, ex-vereador de Americana pelo PT, que foi preso nesta quinta. A outra parte, R$ 15 milhões, foi para Milton Pascowitch, que assinou acordo de delação premiada e está em prisão domiciliar.

O Grupo Consist fazia a gestão do software para empréstimos consignados para servidores federais. O grupo ganhava uma taxa mensal, de bancos e financeiras, por cada parcela de amortização mensal dos empréstimos que era descontada das folhas de pagamento.

"É possível que os pagamentos sem causa da Consist a Milton Pascowitch e a Alexandre Romano estejam relacionados ao benefício por ela obtido junto ao Ministério do Planejamento", diz o juiz Sérgio Moro, responsável pela operação na primeira instância, no mandado de prisão para Romano.

Para onde iam as propinas
Milton Pascowitch recebeu o dinheiro por meio da sua empresa, a Jamp Engenheiros, entre os anos de 2011 e 2014, e posteriormente destinou os valores a João Vaccari Neto, que então ocupava o cargo de tesoureiro do PT, segundo as investigações.

"Ele [Pascowitch] represava valores que recebia de empresas que pagavam propina no âmbito da Petrobras [...]. E usava esse represamento para abrir as portas para o senhor João Vaccari periodicamente. [...] O que se verifica aqui é que esse volume de propinas está longe de atingir o volume morte", afirmou o procurador Roberson Pozzobon, em entrevista em Curitiba

Os recursos obtidos por Alexandre Romano iam para empresas ligadas a ele ou que eram indicadas por ele, como empresas de fachada, consultorias e escritórios de advocacia. É a primeira vez que advogados são investigados na operação.

"O esquema de corrupção é grande, sistemático e deve ser combatido de forma veemente", afirmou o procurador. Segundo ele, operadores mostraram "audácia" ao continuar desviando dinheiro mesmo com as investigações em andamento, o que justifica as prisões cautelares. Foram feitos repasses até o mês passado.

O procurador afirmou que foram descobertos pagamentos mensais de R$ 30 mil para a viúva de um então secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento.

Mandados
A 18ª fase é um desdobramento da fase anterior e foi batizada de "Pixuleco II". Já havia suspeitas de desvios milionários efetuados por empresas do Grupo Consist Software.

Cerca de 70 policiais federais cumprem desde a madrugada 10 mandados judiciais de busca e apreensão e um de prisão. A ação ocorre em Brasília, Porto Alegre, São Paulo e Curitiba.

Alexandre Romano foi detido no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, quando saia para uma viagem. Ele será levado de carro para a Superintendência da PF, em Curitiba.

O MPF havia pedido a prisão preventiva [sem prazo para terminar] dele, mas Sérgio Moro negou e concedeu a temporária [com duração de 5 dias]. Segundo o juiz, é preciso aguardar os resultados da busca e apreensão e o depoimento do suspeito.


G1

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