Em 2014, vereadores de Pirassununga rejeitaram contas da administração.
Para juiz, houve má-fé na reunião, precedida por vídeo de suposta extorsão.A Justiça anulou a sessão da Câmara Municipal de Pirassununga que reprovou as contas do ex-prefeito Ademir Alves Lindo PSDB. A decisão do juiz Donek Hinsenrath Garcia foi divulgada na terça-feira 9 e, com ela, Lindo pode voltar a concorrer a cargos públicos.
O magistrado entendeu que houve má-fé por parte do vereador João Gilberto dos Santos PDT durante a reunião e por isso anulou a decisão do plenário. Para o juiz, Santos não poderia ter participado da votação, uma vez que um vídeo mostraria o político pedindo dinheiro ao ex-prefeito para ser favorável à aprovação.
De acordo com o advogado de Lindo, Daniel Costa Rodrigues, a decisão já era esperada. "O resultado já era aguardado porque, quando entramos com a ação, o juiz deu uma liminar, agora veio a decisão definitiva", disse.
O G1 tentou contato com o advogado da Câmara de Pirassununga e com o vereador João Gilberto dos Santos, mas, até a publicação não obteve retorno. A Casa pode recorrer da sentença.
HistóricoEm abril de 2014, Ademir acusou João Gilberto dos Santos, o Gilberto Santa Fé, de pedir dinheiro para aprovar as contas da antiga administração e um vídeo divulgado no dia 1º, antes da votação que reprovou os valores, revelou uma suposta tentativa de extorsão.
A gravação, que não teve a data divulgada, foi feita na casa do ex-prefeito e mostra o vereador na negociação. Segundo Lindo, Santos pedia propina para aprovar as contas da época em que ele administrou a cidade, entre 2009 e 2012.
Na época, o advogado do ex-prefeito afirmou que a negociação não foi adiante e o dinheiro solicitado não foi pago. Já o vereador se defendeu e disse que sabia que estava sendo gravado. Segundo ele, o pedido de dinheiro era para incriminar o ex-prefeito. “Era o que eu precisava, que houvesse essa negociação para que ficasse gravado ele fazendo a negociação do dinheiro”, afirmou.
VotaçãoAs imagens foram apresentadas pela defesa minutos antes da sessão de julgamento das contas. O Tribunal de Contas do Estado deu parecer favorável, mas, na Câmara, as contas da administração foram reprovadas por sete votos a três. A defesa do ex-prefeito, então, colocou em dúvida a legalidade da votação.
G1