Pesquisa da USP faz lixo presente nos esgotos virar concreto em São Carlos

Pesquisa da USP faz lixo presente nos esgotos virar concreto em São Carlos

Webmaster 18/03/2015 - 08:00
Pesquisadores descobriram maneira de aproveitar parte do que é despejado.
Economia na compra de 1 tonelada de areia pode chegar a R$ 500 por mês.



Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos (SP) descobriram uma maneira de aproveitar parte do lixo despejado no esgoto. Para reutilizar a areia coletada do local, por exemplo, foram experimentadas diversas misturas para fazer concreto. Nesse caso, a economia na compra de uma tonelada de areia pode chegar a R$ 500 por mês.

A técnica funciona como uma grande peneira. O tratamento começa com a retirada do lixo na rede de esgoto. Durante quatro anos, os pesquisadores estudaram esses materiais na estação de tratamento de São Carlos. Cerca de 15% do que aparece durante a limpeza são plásticos, tecidos, papeis e até preservativos.

“A estação precisa ou encaminhar esses resíduos para um incinerador ou implantar um. A queima desses resíduos vai gerar energia que pode ser utilizada nos próprios equipamentos do processo de tratamento da estação”, disse a pesquisadora da USP Nayara Borges.

Para isso, a areia é separada de outros materiais e encaminhada para testes em laboratório. Dessa forma, foi constatado que seria possível produzir energia colocando os dejetos em um incinerador. Cada tonelada de lixo queimado é suficiente para, por exemplo, manter um chuveiro ligado por 30 minutos durante um mês.

Para reutilizar a areia coletada do esgoto, os pesquisadores testaram várias misturas para fazer concreto, entre elas a areia comercial, pedra brita e cimento. Assim, verificaram que o cilindro feito com essa receita é resistente: cada centímetro quadrado suporta até 120 quilos.

“Os testes indicaram que a proporção de 70% da areia residual somada a 30% da areia comercial têm uma resistência adequada para a utilização de concreto para fins não estruturais, como guias, sarjetas, calçadas e outros usos”, explicou Nayara.

Retirando-se a pedra brita e acrescentando o cal, também é possível criar argamassa para revestimento, uma alternativa que, além de evitar a poluição do meio ambiente, é mais econômica.


G1

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