Maior atração turística de Holambra, moinho será revitalizado

Maior atração turística de Holambra, moinho será revitalizado

Webmaster 17/03/2015 - 08:02
O monumento mais evocativo da cultura e tradições holandesas em Holambra-SP, o Moinho Povos Unidos, está prestes a iniciar uma nova etapa de sua história, já que a Câmara Municipal aprovou projeto de lei de autoria da Prefeitura que transfere a sua gestão administrativa para uma entidade privada, no caso a Associação Povos Unidos, criada justamente com o intuito de administrar o monumento, ainda durante o período de sua construção.

De acordo com o convênio autorizado pelo projeto de lei, a Prefeitura deve repassar, durante um ano, prazo de vigência do acordo, R$ 5 mil mensais para ajudar a associação a manter o moinho. As outras formas de receita para essa finalidade são a cobrança de ingressos para a visita ao monumento (R$ 10 para adultos e R$ 5 para crianças, estudantes e idosos e isenção para crianças até 6 anos e moradores de Holambra), venda de produtos diversos na loja a ser instalada, e patrocínios. Espera-se, com essas ações, uma arrecadação, no mínimo, de mais R$ 14,5 mil mensais.

A Associação Povos Unidos será responsável também por benfeitorias e pela manutenção do moinho, se comprometendo a deixá-¬lo em perfeitas condições para receber os visitantes e para o seu pleno funcionamento, além de promover cursos para a formação de moleiros.

A gestão do moinho vem sendo feita, nesses anos todos, por meio de trabalho voluntário, pela própria Associação Povos Unidos, com autorizações concedidas pelo Executivo - por se tratar de um equipamento especializado, só pessoas com qualificação técnica, no caso moleiros, são capazes de fazê¬-lo funcionar. Com o término das festividades da Expoflora não houve mais nenhuma autorização e por isso o moinho ficou completamente parado.

"O estado deteriorado em que o moinho se encontra é consequência da falta de atenção, assim como da falta de um modelo de gestão que oriente as ações de conservação e exploração turística do monumento. Desde a sua concepção, a ideia original era criar um grupo de membros da comunidade que pudesse cuidar dele", diz o presidente da Associação Povos Unidos, Tony Hulshof, que, como os outros diretores, espera agora que o monumento se transforme num ícone da cidade para os turistas que a visitam. "Se a parceria não saísse, em pouco tempo o moinho ficaria em ruínas. É preciso destacar que ele é um patrimônio público, construído com dinheiro dos contribuintes, algo para a comunidade se orgulhar, e seria um crime deixar que ele fosse destruído."

Nesta entrevista, Tony Hulshof fala sobre os pontos principais do convênio e esclarece as principais dúvidas que surgiram desde que a notícia de que o moinho poderia, finalmente, passar a ser administrado pela Associação Povos Unidos.

Em linhas gerais, do que trata o convênio entre a Prefeitura e a Associação Povos Unidos?
O objeto do convênio entre a Prefeitura e a Associação Povos Unidos é a cooperação técnica para a difusão da cultura holandesa e do turismo em Holambra por meio do moinho de vento do tipo stelingkorenmolen, inaugurado em 2008 na cidade, dando funcionamento regular a ele, para que possam ser compartilhadas, com turistas e visitantes, a cultura e a história da produção alimentar em mós, divulgando informações educacionais ¬ conhecimentos de engenharia, física, com utilização de energia limpa -, culturais e turísticas, por moleiros devidamente capacitados e treinados.

De acordo com o convênio, quais são as atribuições da Prefeitura?
A Prefeitura, entre outras atribuições, deve concluir alguns itens da construção para a conclusão da obra do moinho, transferir para a Associação Povos Unidos um terço dos recursos financeiros necessários para a operação e fixar, por meio de decreto, preço a ser cobrado para a visitação do moinho, ressalvada a gratuidade aos munícipes de Holambra. Vale ressaltar que, pelo estipulado no convênio, esses recursos não poderão ser utilizados em finalidade diversa da estabelecida ou para pagamento de despesas relativas ao período anterior ou posterior à vigência do convênio.

E quais as obrigações da Associação Povos Unidos?
Pelo texto do convênio somos obrigados a desenvolver a gestão técnica e administrativa do moinho de forma transparente, mantê-lo em pleno estado de funcionamento para a moagem de grãos e para a visitação turística, promover a visitação do público, ser responsáveis integralmente pela manutenção de todos os equipamentos e benfeitorias necessárias para o seu funcionamento, e promover toda a manutenção preventiva e corretiva que o equipamento demandar, além de zelar para segurança das instalações, contratar profissionais, especialistas e técnicos para os serviços, entre várias outras. Vamos também promover cursos para a formação e reciclagem de moleiros.

Qual o prazo de vigência do convênio?
O convênio tem a vigência de 12 meses a partir da data de sua assinatura e poderá ser prorrogado, vencido esse prazo, conforme lei específica a ser aprovada.

Quanto a associação receberá de subsídio da Prefeitura?
Pelo convênio, a prefeitura deve repassar à Associação Povos Unidos R$ 5 mil mensais, ou seja, um total de R$ 60 mil.

Qual a estimativa de arrecadação da bilheteria e quanto custará o ingresso?
A bilheteria prevê uma receita de R$ 42 mil anuais com a cobrança de ingressos. Ele custará R$ 10 para adultos e R$ 5 para crianças, estudantes e idosos. Crianças até 6 anos não pagarão, assim como os moradores de Holambra, mediante comprovação de residência, e poderemos ainda distribuir ingressos de cortesia para guias turísticos e autoridades.

Quais as outras formas de arrecadação?
Pretendemos montar uma loja no moinho para a venda de suvenires, artesanato, material institucional, como DVDs e catálogo, entre outros, e estamos pensando até mesmo em vender produtos produzidos no moinho, como farinha e pães, estimados em R$ 30 mil anuais. Além disso, vamos à busca de patrocínios e doações diversas. Que também estimamos em R$ 102 mil anuais.

O ingresso não está caro pelo que a visita ao moinho oferece?
Eu penso justamente o contrário. Ele é barato pelo que uma visita ao moinho, em pleno funcionamento, oferece, que é uma aula viva de história, da cultura de um povo, de engenharia. O moinho mostra como o mundo mudou. Mostra como se vivia sem energia elétrica, como era possível aplicar a força dos ventos para facilitar o dia a dia das pessoas... O moinho não é só um recorte da história da Holanda, mas um importante exemplo da criatividade do ser humano.

Qual a importância do moinho para Holambra?
Além de seu valor, como diria, até sentimental para parte da população de Holambra que descende de holandeses, o moinho, em pleno funcionamento, deve se tornar a maior atração turística da região metropolitana de Campinas e das cidades do Circuito das Águas Paulista. Não há nenhuma outra atração nessa região que se compare a ele. O moinho vai se transformar num ícone da cidade para os turistas. E com a divulgação que faremos, ele vai se tornar conhecido nacionalmente e até internacionalmente.

Quanto tempo será necessário para deixar o moinho em ordem, para que funcione plenamente?
Eu calculo que dois, três meses. Há muita coisa para fazer. E nem sabemos onde vamos arranjar dinheiro para essa reforma. Sabíamos apenas que se o projeto de lei que estabelece o convênio entre a Prefeitura com a Associação Povos Unidos para a gestão do moinho não fosse aprovado, em pouco tempo o moinho ficaria em ruínas. É preciso destacar que ele é um patrimônio público, construído com dinheiro dos contribuintes, algo para a comunidade se orgulhar, e seria um crime deixar que ele fosse destruído.

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