Usina em Santa Rita do Passa Quatro, SP, teve rompimento de contenção.
Empresa não quis se manifestar, pois alega que ainda não foi notificada.
O Ministério Público Federal denunciou nesta quarta-feira (4) a Usina Santa Rita, em Santa Rita do Passa Quatro (SP) e o sócio da empresa, Nelson Afif Cury, pelo derramamento de resíduos industriais no Rio Mogi Guaçu em outubro de 2013. O acidente foi causado pelo rompimento da contenção de uma lagoa de decantação de resíduos e provocou a morte de milhares de peixes, afetando pelo menos 30 espécies, algumas em risco de extinção. A usina não quis se manifestar, pois afirma não ter sido notificada.
A poluição atingiu 110 quilômetros do rio e prejudicou também as comunidades ribeirinhas que vivem da pesca. Baseado em um laudo da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o Ministério Público concluiu que houve negligência por parte da usina.
A empresa deixou de realizar a manutenção periódica e a remoção de sedimentos dos tanques de armazenamento, o que provocou a sobrecarga e o rompimento da contenção. A Usina Santa Rita informou que ainda não recebeu a notificação e só deve se manifestar depois de receber a denúncia oficialmente.
Vazamento
A água do rio ficou completamente preta em alguns trechos onde houve contato com os poluentes. Na época, a Cetesb coletou amostras para avaliar a dimensão dos danos causados pelo vazamento.
As amostras foram enviadas para a agência em Ribeirão Preto (SP). “Nós constatamos o lançamento de água residuária proveniente do tanque de armazenamento da usina. Constatamos que a água está realmente atingindo o rio. A coleta vai verificar se houve alteração da qualidade do corpo hídrico bem como a constatação da mortandade de peixes”, disse, na ocasião, o engenheiroThales Rissi.