Alienação Social causada por doenças mentais foi tema do 1° Fórum de Saúde Mental de Desc

Alienação Social causada por doenças mentais foi tema do 1° Fórum de Saúde Mental de Descalvado, realizado pelo CAPS

Webmaster 23/05/2014 - 10:33
O Centro de Atenção Psicossocial- CAPS coordenado pela enfermeira Glaucia Regina do Amaral, realizou encontro na sexta-feira dia 16 de maio, que teve como objetivo trazer a tona uma discussão que pode melhorar o trato com pessoas portadoras de distúrbios mentais as quais são assistidas pelo CAPS.

Com o tema Luta Antimanicomial trazendo o lema “Alienação social quanto às doenças mentais,” o encontro reuniu no auditório da SEEC (Secretaria de Educação e Cultura), profissionais como o Dr. Antônio Donizete Prearo, especialista em psiquiatria, abordando o tema “Álcool, Drogas e Saúde Mental" e a importância que esse cuidado assistencial implica à Comunidade. A enfermeira especialista em saúde mental do CAPS de Santa Rita do Passa Quatro, Cinthia Rosin Zorzi desenvolveu o tema “Humanização, Acolhimento e Vínculo em Saúde Mental”. Ainda no primeiro período dos trabalhos a TO (Terapeuta Ocupacional) Flávia Bgnardi explanou sobre a importante e eficaz “Arteterapia”, para evolução e resgate da autoestima dos pacientes.

Completando a programação já no segundo período, os participantes ficaram diante de um filme o qual retrata a luta de um jovem que depois de provar sua genialidade na matemática, considerado por muitos arrogante e prepotente, é considerado um doente mental. Sendo que com persistência, e dentro dos itens que foram focados nas palestras, venceu a barreira chegando ao prêmio Nobel, referente ao teorema defendido por ele (Russell Crowe) que vive o personagem John Nash.

Dos debates pôde se subtrair conceitos que consequentemente estarão melhorando ainda mais os níveis de acolhimento na Unidade em Descalvado, “trabalhamos incessantemente para isso, ou seja, estamos sempre em busca do melhor. “Eu e minha equipe queremos otimizar os serviços. Os profissionais que trouxemos para o encontro foram de grande valia para o processo de valorização profissional, com tudo quem ganha são os assistidos”, disse a coordenadora Glaucia. Sabemos que a alienação social causada por doenças mentais está longe do fim, porém cabe a nós apresentar mecanismos que minimizem o problema”, completa.

Para o vice-prefeito e médico Dr. Paulo Cesar Martins Guerra que abriu oficialmente o seminário, o fato de estar trabalhando com pessoas com esse tipo de patologia requer cuidados ainda mais especiais, “faço questão de valorizar o trabalho da equipe por que tenho conhecimento do quanto é trabalhoso todo este contexto, exige dedicação extrema”.

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são instituições brasileiras que visam à substituição dos hospitais psiquiátricos - antigos hospícios ou manicômios - e de seus métodos para cuidar de afecções psiquiátricas.

A alienação é a diminuição da capacidade dos indivíduos em pensar ou agir por si próprios. Um indivíduo alienado pode ser também alguém que pode ter perdido a razão.

É importante que se faça algumas ponderações. A convivência social exige regras e regulamentos necessários para disciplinar as relações entre os indivíduos de uma sociedade. A ética, de um modo geral, padroniza o comportamento das pessoas inseridas num determinado contexto social. Considerar um indivíduo como alienado mental é decretar sua morte social, já que a interdição ou curatela é uma sentença de morte social. Se pensarmos que o que caracteriza o homem como ser social é sua inserção na sociedade na condição de participante de um pacto social, no qual os indivíduos se obrigam (por força da lei) ao respeito mútuo, à observância de direitos e deveres para com a sociedade, um alienado mental será excluído de tal definição de homem. É a força da lei que intima os indivíduos a uma postura de respeito aos seus pares na vida social. Aplicar a lei, quando diante de um ilícito, significa reconvocar o indivíduo infrator ao mundo dos homens; significa não permitir a “lei da selva”, onde tudo pode; significa não permitir um retorno à animalidade. A aplicação da lei é uma exigência e uma necessidade que o homem se impõe se quer pensar-se homem.

Os profissionais que lidam com a doença mental sabem o quanto é difícil se estabelecer critérios rígidos e objetivos na avaliação dos casos psiquiátricos que chegam para exame médico. Porém, é importante aprimorar cada vez mais esses critérios, de tal forma que as decisões sejam embasadas em limites técnico-científicos evitando o “subjetivismo” nas decisões médicas.
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