Moradores de Descalvado enfrentam falta de medicamentos há 4 meses

Moradores de Descalvado enfrentam falta de medicamentos há 4 meses

Webmaster 06/03/2014 - 17:57
Lentidão da nova administração em entender processos internos é a principal causa na demora para compra de medicamentos.


Há pelo menos quatro meses, os pacientes que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) sofrem com a falta de medicamentos em Descalvado. A lista dos remédios de atenção básica fornecidos pela Prefeitura tem 200 itens. Cerca de 25% deles, ou seja, 45 tipos de medicamentos, estão em falta. Segundo a farmacêutica do município, a expectativa é que a situação seja normalizada dentro de 20 dias.

A dona de casa Rosa Paludetti foi até o Centro Municipal de Saúde durante a semana para buscar remédios para o sogro, mas não encontrou. “Eu passei no posto para ver se chegaram os remédios e não chegou nenhum, eu tive que comprar em outra farmácia”, reclamou.

A situação é crítica. Algumas prateleiras estão vazias. Faltam remédios para colesterol, circulação e alguns anti-inflamatórios. “Eu não encontrei o omeprazol que minha filha toma”, falou a doméstica Dalva Fernandes da Silva.

“Eu tenho até a receita aqui, o médicou passou omeprazol e buscopan, que eu estava com problema no estômago e não tinha. Agora vou ter que esperar 20 dias para chegar o remédio”, falou a doméstica Maria Isabel Gomes.

Nem sempre, é possível recorrer a uma farmácia particular para resolver o problema. “Quando a gente pode comprar, compra. Quando não pode tem que esperar. Eu vou ter que esperar”, queixou a cozinheira Maria Zenaide Laras.

Mudança no sistema
Para amenizar o problema, a Prefeitura transferiu a retirada dos remédios de hipertensão e diabetes para as farmácias conveniadas ao programa "Farmácia Popular", do governo federal. Eles também saem de graça para o consumidor. A estratégia do município é economizar. O dinheiro que iria para a compra desses remédios pode suprir a falta de outros tipos de medicamentos.

“Existem alguns medicamentos que sempre sofrem algum período de desabastecimento devido ao alto consumo, então nós vamos direcionar esses recursos para a compra desses medicamentos. Nós ainda conseguimos atender a população com alguns medicamentos de algumas categorias terapêuticas, mas a regularização já está sendo feita e nesse prazo de 20 dias, provavelmente já vai estar sanado esse problema”, explicou a farmacêutica do município Bianca Kirchner da Silva.

O Aposentado Luiz Antonio Hencklein não pode ficar sem os remédios para pressão alta e diabetes, que são de uso contínuo. Antes ele retirava no posto. Das últimas vezes em que precisou, foi até a farmácia conveniada, mas não conseguiu a quantidade prescrita na receita. “Nesses dois meses faltaram alguns remédios, mas eles disseram que vão repor”, comentou.


Após 60 dias equipe de Governo não consegue comprar medicamentos
O descaso com a nova equipe de Governo vem tendo com a demora na reposição de medicamentos junto aos postos de saúde e Pronto Socorro beira a hipocrisia, pois há 60 dias no poder, a equipe do Prefeito Henrique apenas consegue ir a público dizer que há dividas, que houveram estornos de empenhos, porém até o presente momento, o que temos é uma Prefeitura parada, "com o freio de mão puxado".

Foi noticiado em um veículo de comunicação que a demora na compra de medicamentos é devido ao fato de que houveram estornos de empenhos no final de 2013, sobre tudo da Secretaria de Saúde. Caso o problema realmente seja este, a total falta de experiência e a falta de vontade em "olhar para frente", mostra o quão perdida está a nova equipe que administra Descalvado, pois é fato que se houve estornos de empenhos de medicamentos, é porque havia um processo licitatório para compra de remédios em vigência, portanto bastaria que logo na primeira semana do Governo Henrique, empenhos importantes como o para compra de medicamentos, já deveriam ter sido feitos, e os medicamentos tão importantes para a população, já deveriam ter sido adquiridos e pagos. Mas pelas notícias que vem do Paço Municipal, o principal objetivo do Governo Henrique parece não ser o de governar para todos, mas sim o de olhar para trás para procurar erros, e só após isso, olhar para a cidade como um todo.

Sindicância instaurada
Na última terça-feira (28) a Prefeitura Municipal publicou portaria de abertura de sindicância, que visa apurar irregularidades nos estornos de empenhos ocorridos no final de dezembro de 2013, e caso houverem irregularidades, encontrar os responsáveis por elas, porém o Descalvado Agora procurou um profissional contábil para questionar sobre os estornos de empenho, e o mesmo nos disse que a Lei 4.320/64, que versa sobre as Finanças Públicas, permite o estorno de empenhos, e desde que os serviços não foram executados ou os produtos entregues, não há irregularidade nos estornos.

Como exemplo, esse contador, que prefere não ser identificado, disse que as contas de energia elétrica são empenhadas em janeiro, com a estimativa de consumo do ano inteiro, porém em dezembro, o que é remanescente, ou seja, o que foi empenhado em demasia, já que o consumo foi menor, é estornado.

Outro exemplo que o contador nos dá é justamente sobre a compra de medicamentos, ele nos explica que logo que se inicia um processo licitatório, uma reseva de dotação orçamentária é feita, com a estimativa de gasto para o ano, e após concluído o processo licitatório, um determinado valor é empenhado, e esse valor também é uma estimativa do que se vai gastar dentro do ano, pois as despesas são lançados no momento em que acontecem. Quando chega o final do ano, o que foi empenhado acima do que foi gasto, é estornado, para que o exercício fiscal contábil seja fechado, e logo nos primeiros dias úteis do ano seguinte, esse valores são novamente empenhados, pois eles precisam comprometer o exercício fiscal do ano seguinte.

Em resumo, de acordo com o profissional contábil ouvido pelo Descalvado Agora, a única coisa que poderia ser estornada sem ferir a lei, é aquilo que não foi executado em 2013, e cabia para a nova equipe de governo empenhar aquilo que será gasto em 2014, porém a demora em se fazer isso é que está gerando todos os problemas, não só na saúde, mas em várias pastas.

Bigode Grosso
Nossa equipe de reportagem conversou com alguns funcionários públicos que dizem "nunca terem visto algo assim", pois de acordo com esses relatos, supostamente um pessoa de Leme estaria vindo uma vez por semana à Descalvado, para dar as coordenadas para essa nova equipe de governo, formada (ou não) pelo Prefeito Henrique, e sem a autorização do "Bigode Grosso", nada seria ou poderia ser comprado e ou empenhado.

O dia em que o sistema de informática parou
Há quem diga que a nova equipe de Governo ainda estaria na fase de gestação, ou seja, ainda dentro da placenta. Mas após 60 dias, quando em tese a nova equipe de governo começa a dar os primeiros passos rumo ao futuro, vem a troca de pessoas, e com isso, voltando novamente na falta de experiência, o computador central (servidor de dados) da Prefeitura parou de funcionar.

De acordo com fontes ouvidas pelo Descalvado Agora, o servidor de dados parou devido a um erro humano, que ocorreu na tentativa de impedir que "algum demitido" tivesse acesso ao sistema de fora da Prefeitura, e com isso, o que se conseguiu, foi impedir que todos o usassem, assim os empenhos novamente não puderam ser feitos.

Uma sindicância também foi aberta para apurar a responsabilidade por esse "falha sistêmica", porém se um bom trabalha investigativo for feito pela comissão de sindicância, o Prefeito Henrique terá que contar na própria carne para punir os culpados.


Com informações G1

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