“Tribunal do Crime” pode ter julgado mais um na região sul de São Carlos

“Tribunal do Crime” pode ter julgado mais um na região sul de São Carlos

Webmaster 12/02/2014 - 09:40
O 4º Distrito Policial e a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) tentam identificar os restos mortais de uma pessoa que foram localizados pela Polícia Militar na noite de segunda-feira (10), na avenida Perimetral que dá acesso a chácara das Flores e ao região do CDHU, na região sul de São Carlos. O caso ainda envolto em mistérios teria sido denunciado por uma pessoa que desde a tarde anonimamente estaria ligando para a Polícia Militar apontando o local em uma mata em que estariam o crânio e uma ossada humana. O delegado caio Ibere Galvão Gobato que respondia pelo Plantão da Polícia Civil e o delegado Gilberto de Aquino da DIG com seus policiais também estiveram no local acompanhados de peritos do Instituto de Criminalística (IC), os quais informaram que a pessoa que poderia ser um adolescente de 16 anos do sexo masculino ou feminino, pode ter sido colocada dentro de pneus e posteriormente queimada viva no método “microondas”, tática usadas por integrantes de facções criminosas que executam seus pares por não cumprimentos de ordens ou dívidas com o crime organizado.

OSSADA

Segundo apurado, na noite de segunda-feira, por volta das 21h30, após várias diligencias que tiveram início no final da tarde na região da avenida Perimetral que interliga a região do bairro CDHU, cedrinho e a região da chácara das flores, policiais militares encontraram em uma mata uma pequena área queimada onde estavam restos de pneus, um crânio e ossada humana, aparentando que naquele local teria ocorrido mais uma seção do “Tribunal do Crime” em que a pessoas foi julgada, condenada a morte e executada dentro dos pneus que foram incendiados. O palco em que ocorreu o crime foi fotografado e a ossada foi recolhida com auxílio de urna funerária e encaminhada para o Instituto Médico Legal (IML), onde foi analisada preliminarmente por médicos legistas e todo material foi separado nesta terça-feira (11), para um possível exame de DNA. O delegado Caio Ibere Galvão Gobato confeccionou o Registro Digital de Ocorrência (RDO) sobre homicídio doloso consumado e desta forma a cidade de São Carlos contabiliza sua terceira morte por crimes de latrocínio e homicídio.

Assim que a Polícia Civil identificar familiares de uma pessoa desaparecida de São Carlos ou região, a mesma deverá fornecer material para um possível exame de DNA para que a polícia identifica a pessoa para dar início nas investigações sobre a circunstancia de sua morte, como ocorreu em outros quatro casos em que as vítimas também teriam sido julgadas pelo “Tribunal do Crime”.

BOSCHI

Paulo Sérgio da Silva Boschi, 25, o “Boschi”, foi a primeira vítima a ser executada no sistema “microondas” em São Carlos. Pela madrugada do dia 20 de novembro de 2.009 ele teria sido julgado pelo “Tribunal do Crime” e seu corpo amarrado foi colocado dentro de pneus que foram queimados no lixão municipal do bairro Cidade Aracy II. No dia seguinte os restos mortais foram encontrados por trabalhadores do lixão que era instalado na rua 78 no bairro Cidade Aracy II.

CROSSFOX

No dia 18 de junho de 2011, por volta das 9h30, após uma denúncia anônima a polícia conseguiu encontrar na estrada de terra de acesso à Usina Tamoio em Araraquara, o Crossfox, 2006, prata, placas DKQ 9749 – São Carlos, que estava totalmente queimado e ao averiguar o interior do veículo os policiais encontram o cadáver de um homem que foi amarrado e trancado no porta-malas do veículo. Posteriormente o cadáver acabou sendo reconhecido por familiares como sendo do comerciante são-carlense Rodrigo Aparecido de Arruda Leite, 31, que residia na região do Jardim Maria Stela Fagá, região leste de São Carlos. Os motivos do crime e seus autores até hoje são investigados pelos delegados Elton Ugo Negrini e Fernando Teixeira Bravo da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), os quais conseguiram apurar que o comerciante são-carlense estava desaparecido desde o dia 16 de junho daquele ano e seus familiares estariam a sua procura, pois o mesmo deveria ter empreendido viagem ao Paraná, o que não ocorreu.

MICROONDAS

No dia 19 de Junho, por volta das 20h20, funcionários da brigada de incêndio de uma usina que fica no quilometro 15 da rodovia municipal Nelson Barbieri, na divisa de Araraquara e Gavião Peixoto, apagavam um incêndio que havia atingido o canavial, quando na verificação do local, localizaram uma pilha de pneus em chamas e o corpo de um homem semi carbonizado no sistema “microondas” usado pelos marginais á integrantes de facção que não cumprem suas determinações.

O homem, que seria uma pessoa branca, aparentava ter aproximadamente 30 anos, 1,75 m. de altura, e estaria com quatro dentes superiores quebrados. Este homem também estaria sem roupas e com fio de cobre amarrado no pescoço, aparentando que antes de ter sido incendiado ainda vivo, teria sido torturado para dizer algo ou delatar pessoas. O corpo que chegou a ser sepultado em Araraquara sem identificação, foi exumado pois segundo a DIG de Araraquara o cadáver seria de um homem da região de vila Jacobuccy em São Carlos. O caso até hoje segue sob investigações e aguarda comprovação através de material.

BROA

No feriado do dia 12 de outubro também de 2011 foi registrada a terceira seção do “Tribunal do Crime” na região de São Carlos. Nesta nova empreitada, marginais ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) teriam se dirigido para o balneário Santo Antônio na represa do Broa, em Itirapina onde seqüestraram o comerciante André Luis Freitas de Arruda Leite, 30, que inicialmente foi trazido para São Carlos e posteriormente em seu Gol CLI, 96, vermelho, que ostentava as placas CES 5528 – São Carlos, foi levado para a estrada de terra que dá acesso a fazenda Marilu, área rural de Araraquara, onde nas proximidades de uma pequena igreja abandona, foi amarrado com fios elétricos e colocado no porta-malas do Gol que foi incendiado. Durante as investigações a DIG descobriu que na verdade o Gol pertencia a uma mulher de Osasco e a tarjeta do veículo foi mudada. Até hoje todos estes crimes estão sob investigações e em um deles, o caso do lixão do Aracy, a Polícia Civil indiciou cerca de cinco homens, todos integrantes do PCC, os quais ainda seguem investigados.

Porto Ferreira Hoje

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