Com dívida de R$ 5 milhões, Santa Casa enfrenta crise em Casa Branca

Com dívida de R$ 5 milhões, Santa Casa enfrenta crise em Casa Branca

Webmaster 04/12/2013 - 08:12
Funcionários têm salários atrasados e população reclama de atendimento.
Provedoria diz que repasses do SUS e do Iamspe voltaram a ser liberados.


Com uma dívida de R$ 5 milhões, a Santa Casa de Casa Branca (SP) enfrenta problemas e o atendimento à população está prejudicado. Leitos precisaram ser fechados e funcionários estão com salários atrasados. A direção reconhece as dificuldades, mas diz que busca uma solução. “Estamos orçando a readequação financeira do hospital para nós podermos trabalhar com essas dívidas, tentando negociar com os credores”, disse o diretor administrativo Gaspar Souza.

A artesã Dalva Lopes de Oliveira sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) em outubro e enfrentou dificuldades quando buscou atendimento no hospital. Segundo ela, foram quatro idas ao médico para conseguir internação. “Passei muito mal, a pressão estava muito alta, eu já não sentia mais o lado esquerdo e o médico me internou”, disse.

Os problemas na Santa Casa são confirmados até pelos funcionários, que preferem não se identificar. “Nós fechamos dois meses de pagamento, mas recebemos só metade de um mês”, disse um deles. A clínica médica que fica no andar superior da instituição funciona com a capacidade reduzida. “Fechou um pavilhão que ocupava 20 leitos e querendo ou não os pacientes precisavam”, afirmou.

A técnica em enfermagem que também prefere ter a identidade preservada trabalha há anos no hospital e conta que nunca viu uma situação tão complicada. “Aqui atende o que pode, o que não pode vai para outra cidade”, contou.

Recursos
A receita mensal da instituição é de R$ 290 mil, resultado dos repasses da Prefeitura, do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), além de doações. Com a dívida milionária, a Santa Casa foi inscrita no Cadastro Informativo (Cadin), uma espécie de serviço de proteção ao crédito, e com o nome sujo deixou de receber verbas.

“Há três meses estávamos sem a liberação do SUS e do Iamspe e graças a Deus conseguimos tirar o nome do Cadin e foram liberados ontem e hoje”, comentou a provedora Mariluci Lopes Faria.

Com a retirada do nome do Cadim, a Santa Casa vai receber os valores referentes a três meses e as dívidas mais urgentes serão resolvidas. “Vai ser pago tudo o que esse dinheiro tem que pagar, que são os procedimentos médicos, dos suprimentos do hospital todo, dos pacientes que foram atendidos e vai ser feito o pagamento da segunda parte dos salários dos funcionários do hospital”, explicou o diretor Gaspar Souza.

Leitos
Em relação ao atendimento, a provedoria confirma a redução dos leitos, mas justifica que muitas vezes não há demanda. Dos 47 que existem, 17 já estão sem funcionar desde a semana passada. A maternidade tem seis leitos disponíveis para atender pacientes do SUS e particulares. Trabalham na área um pediatra que também é anestesista e um obstetra.

A média de partos realizados no mês é de 16, número considerado baixo pela direção do hospital. Por isso, a maternidade que já teve alguns partos realizados em outra cidade durante as férias do único obstetra, corre o risco de fechar as portas.

Uma reunião entre a provedoria da Santa Casa e a Diretoria Regional de Saúde vai discutir o que será feito. “Corre o risco de fechar, sim, por falta de profissionais porque no município não existe profissional disponível para essa especialidade”, disse Gaspar.

A reunião para definir o futuro da maternidade está marcada para sexta-feira (6) e a Prefeitura informou que ajuda o hospital com repasses e com o pagamento dos plantões à distância.

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